João Vitor Moraes Brazão e Dalila Maria de Moraes Brazão, filho e esposa do deputado federal Chiquinho Brazão (Avante-RJ), receberam do Itamaraty, durante o governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL), o passaporte diplomático em 9 de julho de 2019.
Segundo matéria do Brasil de Fato da época, o parlamentar, que também possui o documento, é irmão de Domingos Inácio Brazão, apontado por Elcio de Queiroz e confirmado por Ronnie Lessa, como mandante do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes.
Domingos era, na época, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), foi acusado de obstruir as investigações sobre o assassinato de Marielle, ocorrido em março de 2018, e suspeito de ser num dos mandantes do crime.
Os integrantes da família Brazão estão em uma lista com os 1694 passaportes diplomáticos emitidos pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) até 15 de agosto daquele ano. O Brasil de Fato teve acesso à distribuição dos passaportes por meio da Lei de Acesso à Informação.
Colega de Marielle na Câmara
Segundo investigações da Polícia Civil e do próprio Ministério Público, a família Brazão é um importante grupo político do Rio de Janeiro, o irmão do apontado foi colega da vereadora na câmara. O clã e suspeito de ligações com a milícia de Rio das Pedras e também com o Escritório do Crime.
Além do líder, Domingos, o clã é composto pelo deputado estadual Manoel Inácio Brazão, mais conhecido como Pedro Brazão, e Chiquinho, colega de Marielle na Câmara na época do assassinato.
Trajetória
Brazão, de 58 anos, foi vereador, deputado estadual por cinco mandatos consecutivos (1999-2015) e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do (TCR-RJ). Uma série de polêmicas e processos envolvem seu nome ao longo de seus mais de 25 anos de vida pública.
A informação de que Brazão foi citado em delação por Lessa foi confirmada pelo Intercept Brasil por fontes ligadas à investigação.
Lessa está preso desde março de 2019 acusado de ser o autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson. O acordo de delação premiada que ele fez com a Polícia Federal (PF) ainda precisa ser homologado pelo Superior Tribunal de Justiça, o STJ, pois Brazão tem foro privilegiado por ser conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.
Com informações do Fórum.