A conjuntura muda, e com isso, as alianças políticas e eleitorais também se modificam. Se no passado, nomes como o deputado federal Magno Malta, o senador Rogério Marinho, o ex-prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivela e o ex-presidente Jair Bolsonaro eram aliados do lulismo e do petismo, hoje fazem parte da oposição de extrema-direita ao Governo Lula 3.
Ao analisarmos as alianças, é crucial considerar a conjuntura. Durante os Governos Lula 1 e 2, a avaliação do governo federal em 2010 era de 80% de aprovação segundo o Ibope, pressionando muitos da direita a continuarem aliados ao petismo e formarem alianças eleitorais para eleger Dilma Rousseff, a primeira mulher Presidente do Brasil.
Após a segunda eleição de Dilma, em 2014, ocorreu o golpe em 2016, reordenando as figuras políticas e a dinâmica do campo da direita, agora liderada pela extrema-direita representada por Jair Bolsonaro. A negação está na base da ação do bolsonarismo, pois aliados que não seguem rigidamente a cartilha bolsonarista são atacados quando expõem fragilidades.
É exatamente o que está ocorrendo com Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do RJ, delatado por Ronnie Lessa como mandante do assassinato de Marielle Franco. Domingos, que apoiou Flávio Bolsonaro e Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, tem sua imagem usada pelo bolsonarismo para atacar o PT. No entanto, os aliados de Domingos o descartam quando não serve mais ao projeto de poder da extrema-direita, um “fogo amigo” para se desvincular da imagem do sujeito ao grupo. No bolsonarismo, a lealdade é crucial, e quem compromete é deixado de lado.