O Mossoró Cidade Junina (MCJ) é um evento de grande relevância para o município, destacando-se pelo impacto econômico significativo, conforme apontado pelo estudo da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), que revelou uma movimentação de mais de R$ 77 milhões apenas no Pingo da Mei Dia. No entanto, apesar do sucesso financeiro e da popularidade do evento, a população enfrenta uma dificuldade crescente: a ausência de transporte público com rotas diversas e horários alternativos.
Essa limitação no transporte público não é um problema novo em Mossoró e é uma questão que se agrava nos últimos quatro anos. Durante o Mossoró Cidade Junina 2024, a escassez de transporte público tem dificultado o acesso dos cidadãos ao evento e seu retorno para casa. . “Eu fui duas vezes para o cidadela e tive que voltar a pé porque não tinha ônibus e os carros estavam cobrando R$ 80,00 para o Sumaré. Entendo eles (os motoristas de aplicativo), mas pagar isso tudo”, afirma Rafael Medeiros que é estudante da UERN que também relatou dificuldades com transporte para chegar na universidade.
Bruna Tavares, que mora na Abolição 4, relata frustração similar: “o meu sonho era que tivesse ônibus para voltar casa. Eu viria para cá (Cidadela) mais tranquila, sabe? O MCJ é um dos poucos eventos gratuitos da cidade durante o ano todo. Se a prefeitura olhasse para isso, para ter ônibus, muita gente lá do meu bairro iria vir”.
Segundo os artigos 6º e 215º da Constituição Federal de 1988, o acesso à cultura e lazer são direitos do cidadãos que asseguram melhor qualidade de vida e interação social. Quando um evento desse porte não pensa na mobilidade pública, e em específico, a oferta de transporte públicos com rotas alternativas e horários que atendam as demandas da população, cria-se um empecilho para exercício pleno dos direitos. É fundamental que a Prefeitura Municipal de Mossoró corrija essa falha que vem afetando os cidadãos de aproveitarem os festejos e fazendo que esses não participem ou tenham que voltar para suas casas a pé.